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INT. ÔNIBUS LINHA 164 – POÇÃO / TARDE CINZA
(1º minuto da sequência)
Iara está com a testa encostada no vidro da janela do ônibus, olhando para fora, olhando para o nada.
LAURA (OFF)
Vou te ler um texto seu:
“Sua pele afunda e morre onde as grades te apertam;
Olhando por trás dos cabelos curtos enroscados de Iara, vê-se pela janela do ônibus o Terminal de Integração da Trindade gradualmente ficar para trás.
Letreiros de lojas e quintais em cacos aparecem como borrão no percurso de ida na rua Lauro Linhares.
A jovem de xerox nas mãos ao lado de Iara desce no ponto de ônibus que para junto à Universidade Federal de Santa Catarina ocupada.
Começa a chover quando o ônibus atravessa lentamente a avenida Professor Henrique da Silva Fontes por causa do congestionamento para entrar no Córrego Grande.
Os olhos de Iara brilham, ela vê o Horto do Córrego Grande, abre a janela mesmo com a chuva fina.
Iara fecha os olhos sorrindo e cochila segurando sua mochila. Dedos entrelaçados com fechos.
LAURA (OFF)
essas grades que te deixam no lugar,
A parada longa do ônibus a acorda, percebe ao olhar os arredores que está no topo do Poção, bem na borda perto da trilha para a cachoeira. Segue sentada e o ônibus faz o retorno do trajeto para a volta.