Cecília Floresta
era uma vez os outros que apontavam dedos acusatórios espinhos e esporas que me rasgavam o flanco cavalgavam me prendiam em baias imundas até hoje me lembro o cheiro de mofo os fungos e sua sobrevida nas fendas meus cascos não sabiam escalar muros tão altos cronos não me concedeu virtudes tampouco a herança de habitar suas entranhas ainda bem
Cecília Floresta é escritora, editora e tradutora, autora de “panaceia” (Urutau, 2020).